Líder no financiamento imobiliário no país, a Caixa Econômica Federal inicia 2025 com taxas mais altas nos financiamentos com recursos da poupança e mantendo a aposta na recém-lançada linha indexada à Taxa Selic, com juros maiores. A ideia é diversificar as opções para quem não pode ser atendido pelo Minha Casa, Minha Vida, cujo limite de renda é de R$ 8 mil.
Além disso, o banco quer dosar o ritmo das contratações com recursos da poupança, mesmo que seja preciso segurar a demanda. A estratégia é manter o volume de concessões de 2024, mas diferenciando o custo de acordo com o poder aquisitivo de cada público. Para as construtoras de médio e grande porte, por exemplo, só a linha indexada à Selic estará disponível.
— Para a renda média, teremos o recurso atrelado ao CDI (taxa que segue a variação da Selic). O problema não é dinheiro. Teremos dinheiro para todo mundo, com diferentes custos. Nós não temos problemas de dinheiro, só ficou um pouco mais caro — disse a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães.
A linha com recursos livres para pessoa física foi criada em novembro do ano passado num momento em que o saldo da caderneta de poupança estava tendo forte redução desde 2021. Até então, a Caixa só tinha duas opções: o crédito com recursos do FGTS, majoritariamente usados no Minha Casa, Minha Vida, e com recursos da poupança.
A novidade veio na sequência de uma série de medidas para segurar a demanda por crédito imobiliário com recursos da poupança, depois de o orçamento da modalidade ter praticamente se esgotado no terceiro trimestre.
Houve aumento na fatia mínima para entrada, de 20% para 30%, e restrição do valor do imóvel a R$ 1,5 milhão. Além disso, o SBPE na Caixa ficou dedicado às pessoas físicas. As construtoras foram direcionadas à outra linha indexada ao CDI, criada em outubro.
R$ 60 bi para famílias
Até dezembro, os financiamentos nas duas modalidades novas somaram R$ 6 bilhões, sendo que R$ 3,7 bilhões para empresas. O orçamento do SBPE no ano passado foi de R$ 73 bilhões, cerca de R$ 58 bilhões repassados às famílias.
O caixa vazio criou uma fila de espera. Em novembro, Inês avisara que havia R$ 20 bilhões em operações pré-aprovadas à espera do aval do banco, que só tinha R$ 3 bilhões para distribuir até o fim do ano. A vice-presidente de Habitação afirma que os prazos de avaliação foram estendidos para contemplar a todos, embora mais lentamente. Esse processo deve ser concluído até o meio deste ano.